segunda-feira, junho 18, 2007

As Imagens

DA ETERNIDADE
uma eternidade mesmo se a tivesse nos dedos
seria pouco para o tempo que a chuva demora
nos teus lábios: quase o tempo de
um pássaro rondar as rosas e nelas poisar

OLHOS
pergunto como é possível haver olhos
tão fundos como os teus
onde só um peixe entraria
de tanto mar neles navegar

UM BARCO
se passasse apenas um barco que farias
à tua casa? eu partiria para o mais longe do mar
onde houvesse uma estrela e
uma romãzeira

Francisco José Viegas, 1987 in As Imagens