P L E N I T U D E § § § Rio da Vida

quarta-feira, janeiro 31, 2007

A M O R S E M P A L A V R A S

«Ponham flores na mesa,
tragam-me um beijo fresco
inventem-me outra cor.
Sirvam-me amor... sem palavras.
Rasguem depois um sorriso
como se fosse uma pétala;
desfolhem-me o corpo inteiro
como se mal-me-quisessem...
Abram-me todos os braços
como ramos de ternura,
às cinco em ponto do sonho.»
de Fernando Tavares Rodrigues em «Amar»

quarta-feira, janeiro 24, 2007

«quando voltaste, os teus olhos e as tuas mãos eram
chamas a falarem para mim.

eu estava na cama onde nasci vezes de mais.

peço-te, nunca esqueças o meu olhar de quando
voltaste.

era de noite. eu não esperava mais nada.

e tu voltaste. tão bonita.

és tão bonita. no mundo, deve haver um jardim tão
bonito como tu.

voltaste.

eu sorri tanto. fui feliz e, nesse momento, morri.»

J.L.Peixoto in «A Casa, a Escuridão»

«TU ÉS BONITA.

TU ÉS FEITA DE SOL.

EU AMO-TE.»


J.L. Peixoto in "A Casa, e a Escuridão"

terça-feira, janeiro 23, 2007

«El tiempo és el autor de
las grandes epopeias»

Jorge L. Borges

cristais de encantar e encalmar purezazenhitas AÍ É QUE VAMOS !!


«Sobre as águas cai o silêncio
e um lento navio é possível.»


«Se eu fosse peixe e tu fosses o mar
nadava dentro de ti
e vivia do teu corpo»

sexta-feira, janeiro 19, 2007

«Un poeta oriental



Durante cien otoños he mirado
tu tenue disco.
Durante cien otoños he mirado
tu arco sobre las islas.
Durante cien otoños mis labios
no han sido menos silenciosos.


de JORGE LUIS BORGES»

quarta-feira, janeiro 10, 2007

UM SERTÃO DENTRO DE NÓS!


«O Grande Sertão Veredas» é um livro de um universo singular
essencialmente pela escrita oralizada e simples que usa, assim como pela
riqueza de elementos da natureza que abunda este Sertão imenso. O
autor - José Guimarães Rosa - é considerado por muitos "entendidos" no
assunto como pai de uma linguagem 'mia coutica', 'agualúsica', e não só...que
tanto nos encanta e desvaira de paixão!!.
[Se quiserem pesquisem por outras Sugestões de Leitura com críticas, opiniões,
sinopses e biografias de livros, realizadas por qualquer pessoa, por técnicos de biblioteca ou
por autores e
personalidades públicas no Catálogo das Bibliotecas Municipais de Oeiras -

terça-feira, janeiro 09, 2007

ao sol viva! ao sol kimagens kvida nus dão os sois dos dias instantes flutuares cadentes radios dos sentires almeiros e de gentegigant

«Bendito seja o mesmo sol de outras terras
Que faz meus irmãos todos os homens
Porque todos os homens, um momento no dia, o olham como eu,

E nesse bom momento
Todo limpo e sensível
Regressam imperfeitamente
E com um suspiro que mal sentem
Ao Homem verdadeiro e primitivo
Que via o sol nascer e ainda o não adorava.
Porque isso é natural – mais natural
Que adorar o sol e depois Deus
E depois tudo o mais que não há.»


Alberto Caeiro in Guardador de Rebanhos


«Há governo,
então, sou contra!»


«Nasci português
logo fui traído»

A. O’Neill

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Quanto de mim está no poema que se segue...

« MÃOS INCENDIADAS


Sou o fogo e a sede e as flores

Pertenço ao sol, sou do sol dos meus dias
Incendiadas na dor das ausências

e sou. sou do mar dos navios
Desses apenas que partem
Da cor de um aceno que exausto
É rouco no seu agitar

E pertenço à dor das espadas
E àquelas que vestem luto
Preparando o dia da guerra
Entre os irmãos - os seus filhos -

E caminho da minha infância
Por entre as bilhas da água
Levedando o barro e o linho

E do colo sou
E ouvindo adormeço
Ouvindo o regresso

De minha mãe »

de Daniel Faria in Poesia

quarta-feira, janeiro 03, 2007

...Já agora - não percam a leitura incrível e mágica, e quanta sabedoria, de uma amiga - maria Teresa Martinho, em «Visões e Demonstrações»

«Dormi até à noite. Sonhei sob o calor.

Cobriram-me escamas, cresciam

cabelos e braços, eu cantava.

Cantava como nunca me ouvi.»

(na editora vendaval, e está disponível nas lojas Fnac)

A DANIEL FARIA (autor e mundo que deu existência a um concurso de poesia e muita, no país; que ao que parece faleceu muito cedo, com vinte e poucos)

«Houvesse um sinal a conduzir-nos
E unicamente ao movimento de crescer nos guiasse.
Termos das árvores
A incomparável paciência de procurar o alto
A verde bondade de permanecer
E orientar os pássaros»

...sentindo um ser imenso nem que seja pela poesia pórtica que quando queremos nús faz adentrar!

« (a palavra)

Ela quer habitar um espaço novo
que seja só dela e do silêncio do mundo
e ser como um navio na nudez de um delta »


« Nunca sabemos qual a nossa morada
que era talvez no meio de um bosque transparente
quando o horizonte era azul como uma pomba »



António Ramos Rosa in As Palavras

de e para um teatro da vida e do mundo, universos todos sem fim - entitulado (de) TEATRO MERIDIONAL

« Escrever sobre música

é o mesmo

que

dançar

sobre a r q u i t e c t u r a... »