terça-feira, janeiro 29, 2008

Tão perto já das coisas. Ai tão perto
Tão demasiado perto que os teus braços
Me atravessam o corpo e o teu rosto
Por dentro do meu rosto recomeça
A mesma frase de sempre, a que dissemos
Sem nunca a termos dito e no entanto
Prolonga a minha voz na tua voz.
Tão perto já das coisas. Ai tão perto
Que sendo eu tu e eu não somos nós.
In Diálogos, de José Luís Tinoco & António Lobo Antunes