quinta-feira, janeiro 24, 2008

B a r B u, W i n d, C e l a n, F l o r


EM CÍRCULO; OUVI

A conversa desfiada, oca,
Com sona caninos
Em algumas pausas-

Perseguem-te com desdém, e tu,
Com sentidos prévios na garganta,
Um trejeito na boca,
Atraessas a nado o rio desse destino.

O grito de uma flor
Anseia por uma existência.
******

NÃO TE ESCREVAS

Entre os mundos,

Ergue-te contra
A variedade de sentidos,

Confia no rasto das lágrimas
E aprende a viver.
******

A MORTE

A morte é uma flor que só abre uma vez.
Mas quando abre, nada se abre com ela.
Abre sempre que quer, e fora de estação.


E vem, grande mariposa, adornando caules ondulantes.
Deixa-me ser o caule forte da sua alegria.

In A Morte é uma flor/ Poemas do Espólio, Paul Celan

2 Comments:

Blogger mar57 said...

Celan evoca-me o pintor-escultor Anselm Kiefer.O mesmo sentido de vida e morte.
Conde Ferreira

sexta-feira, janeiro 25, 2008 3:41:00 AM  
Blogger mar57 said...

Sutileza tem imaginação criadora!
Conde Ferreira

sexta-feira, janeiro 25, 2008 3:42:00 AM  

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