terça-feira, setembro 11, 2007

Noite de nevoeiro na Ericeira
A noite hesita e assombra os rostos
Suspensos no favo da névoa.
Halo branco denso frondoso
Faixa de luz musgos e mármore
Imóvel em todos os quintais.
Só longe sonâmbulos os cães uivam
Fantasmas de luas com olhos de mar.

Em ti mulher reconheço a plenitude

A luz do sol coada a oeste trespassa
A ternura, risca o astro concentrado nos teus olhos.
A mão aberta, os dedos em pente, mulher
Ajeitam o cabelo com a graça súbita
Do gesto uno de veredas e caminhos.

In Pedra Solar de José António Branco