quarta-feira, junho 06, 2007

«[...] incorporámos o inferno no quotidiano do mais fascinante e atroz dos séculos. Basta passar em revista o imaginário deste fim de século - da ficção à música, do cinema ao teatro, da biologia à tecnologia - para ter uma ideia do ponto a que chegou um mundo onde o horror se tornou invisível, consumindo como pura virtualidade, para ter uma ideia da metamorfose da cultura humana.
Pode discutir-se se a desordem em que estamos merfulhados - desde a económica até à da legalidade e da ética - releva ou não, em sentido próprio, do conceito de caos.
Do que não há dúvidas é de que o habitamos como se fosse o próprio esplendor.»
Eduardo Lourenço in O esplendor do Caos